Simpaticíssimos sociopatas
são aclamados
por contagiantes aplausos
que se iniciam e se encerram
pela inércia coercitiva
da euforia coletiva
17.11.14
16.11.14
8.11.14
Tradição
Eis, então
o inabalável ciclo da vida:
crescer
morrer
e, após o sangue secar
esfolar aquele maldito
vingar o ente querido
cujos olhos inertes
- refletem o meu destino
--
Foi então que se apresentou, diante de mim, o inabalável ciclo da vida: nascer, crescer e matar ou morrer.
Após o sangue secar, vou esfolar aquele maldito.
Vingarei meu ente querido; cujos olhos inertes, turvos, refletem o meu destino.
o inabalável ciclo da vida:
crescer
morrer
e, após o sangue secar
esfolar aquele maldito
vingar o ente querido
cujos olhos inertes
- refletem o meu destino
--
Foi então que se apresentou, diante de mim, o inabalável ciclo da vida: nascer, crescer e matar ou morrer.
Após o sangue secar, vou esfolar aquele maldito.
Vingarei meu ente querido; cujos olhos inertes, turvos, refletem o meu destino.
6.11.14
Concurso de Poesias Autores S/A
Fui jurado de uma das etapas do Concurso de Poesias Autores S/A, um concurso em formato desafio, com temas, produções e avaliações semanais. Solicitei que fosse divulgada, juntamente com as notas e comentários, a seguinte observação:
Antes de qualquer julgamento, gostaria de protestar que, neste concurso, os que mais se expõem, de fato, são os jurados. Somos nós que, também com prazo curto, precisamos ler, reler, analisar e comentar poemas de autores e autoras anônimos.
Nesta tarefa, sem a opção de ficar calado, resguardando minha ignorância sob o manto da subjetividade, compartilho minhas opiniões enraizadas no vento - e adubadas por teimosia e preconceitos momentâneos, para que façam bom ou mau uso das mesmas, a meu favor ou contra mim.
Agora, com convite aceito e leite derramado, quero que saibam que também estou aqui de face exposta - a revides racionais ou raivosos.
Para saber mais sobre o concurso e sobre os poemas avaliados, acesse:
http://autoressa.blogspot.com.br/2014/11/resultados-das-oitavas-de-final-e.html
5.11.14
Quando eu escrevo
Recebi um convite para participar da coluna "Quando eu escrevo", da revista virtual A Capitolina.
Eu, que já morei por alguns anos na Rua do Riachuelo, antiga Rua de Matacavalos, local onde se deu o primeiro encontro de Bento Santiago e Maria Capitolina, mais conhecida como Capitu, não poderia deixar de atender ao chamado; Não do destino, mas daquela coisa a que chamamos vulgarmente de porta aberta, espaço ou oportunidade.
Segue o link para a revista:
Segue o link para a revista:
E, aqui embaixo, o resultado:
O convite para escrever este depoimento, com pauta definida, foi um desafio a ser enfrentado. Por hábito, não costumo definir o tema antes do primeiro momento, estalo, epifania, o que quer que seja. Sou adepto do bom e velho caderno de anotação e utilizo-o para anotar ideias, bases e argumentos. E as ideias costumam aparecer no estímulo de um diálogo, no rolo de um filme, nas entrelinhas de um livro, no vão entre o trem e a plataforma, no material didático de uma aula tediosa, na seção de frios do mercado, sob a poeira da rotina ou pairando sobre os ventos de alguma aventura, mas, em especial e com certa frequência, costumam bater à porta logo que eu me ajeito na cama (e não quero levantar) ou quando acabo de entrar no chuveiro (e não quero molhar a casa inteira). Após algum tempo, garimpo o caderno para escolher as ideias a serem lapidadas - algumas são escolhidas no mesmo dia, outras, anos depois. No entanto, não descarto nenhuma, ficam todas lá, encarceradas, apenas aguardando a execução. Quando, enfim, vou escrever, coloco uma música para tocar, e desenvolvo o tema. Depois vou lendo e cortando aqui, substituindo um termo ali, tentando dar um pouco de ritmo acolá. Nem sempre dá certo. Muitas vezes, insatisfeito com o resultado, devolvo a ideia ao caderno de anotações. Quando satisfeito com o exercício ou com o texto em si, liberto-o para circular, esperando que nunca volte.
3.11.14
Não, não é de autoajuda
Contos de Autoajuda para Pessoas Excessivamente Otimistas é o livro de estreia do escritor mineiro Luís Fernando Amâncio. A obra é uma compilação de breves narrativas e conquistou o 3º lugar na categoria Jovem / Contos do Prêmio Literacidade 2014, organizado pela editora homônima ao prêmio, sediada em Belém, Pará.
Por causos e acasos deste mundo literário, o autor convidou-me para fazer uma leitura prévia e redigir um prefácio para a obra. Tratou-se de minha primeira experiência no ramo e, por conta disso, pautei-me - além da obra - em preconceitos banais para redigir o breve texto cuja introdução se encontra um pouco adiante deste parágrafo de colocações pouco enriquecedoras.
O mais importante é que a obra está disponível a todos os curiosos pelo seguinte endereço: http://www.literabooks.com.br/contosdeautoajuda
O mais importante é que a obra está disponível a todos os curiosos pelo seguinte endereço: http://www.literabooks.com.br/contosdeautoajuda
Não leia antes de terminar de ler
Rodrigo Domit
Antes de iniciar o prefácio, dou-me a liberdade de refletir acerca do papel deste pequeno texto. Nos tempos da leitura dinâmica e da ausência de uma pausa para a digestão do conteúdo que acabou de ser lido, o prefácio tornou-se uma análise prévia do conteúdo, indicando o que se vai encontrar pela frente; Um resumo/introdução que poupa o leitor de grandes surpresas e da tarefa de refletir entre uma página e outra. É como ler o resumo da novela da noite no jornal da manhã, ou ler os comentários sobre o novo episódio da sua série favorita antes que você possa fazer o download da versão legendada (não que eu já tenha feito isso, mas sabe como é o pessoal). Sendo assim, recomendo que você, leitor, só volte a esta página depois de terminar de ler o livro; Então, com uma opinião formada sobre a obra, você volta aqui para saber se concorda comigo ou se acha que eu não entendi nada do que está escrito ou subentendido nas próximas páginas, combinado?
...
O princípio
Um utópico saudodista
de tempos inenarráveis
quando memórias
se desfaziam
feito fagulhas esvoaçantes
cada momento
uma novidade
e a linguagem
- em sua aurora
um jogo de adivinhar
de tempos inenarráveis
quando memórias
se desfaziam
feito fagulhas esvoaçantes
cada momento
uma novidade
e a linguagem
- em sua aurora
um jogo de adivinhar
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