Quando o tio Ali - que na verdade era tio do meu pai - faleceu, tive minha primeira experiência com velórios e enterros. Aos quatro anos, explicaram-me que se tratava de uma coisa da natureza, que seguia seu rumo e que um dia chegaria a hora de cada um de nós voltar à terra.
Ao saber daquilo, fiquei apavorado. Afinal, o tio Ali, conforme todos comentavam, tinha ido de forma tranquila - diziam que era melhor assim do que sofrer. Mas nem todo mundo era velhinho como o tio, nem todos deviam se entregar assim, tão fácil. Eu mesmo, daquele momento em diante, fiquei de olhos bem abertos, pronto para a luta, preparado para quando as raízes viessem me buscar de volta.
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