30.4.10

Remoção

Após as tragédias, iniciou-se a coleta seletiva, retirando os problemas da vista e despejando-os em algum aterro - distante e pouco sanitário

Quem reside em área de risco, diante deste cenário, nada mais é do que resíduo







ps: moradores de áreas de risco protestam contra a remoção

29.4.10

Promovido

Depois de anos de serviços prestados, destacando-se entre as equipes - cada vez menores e mais seletas, finalmente alcançou o topo

Mudou-se para o sétimo e último andar, sobre todos os outros, em sua própria e espaçosa solitária

28.4.10

Ariscos

Nascidos em cativeiro

interagem pouco
ou quase nada

arredios, sociopatas

por pura falta de prática

27.4.10

Madura

Após algum tempo
tornou-se redonda

e um pouco azeda

Mais tarde
também encheu-se de rugas

Entretanto
ainda restavam traços

da flor de maracujá

26.4.10

Imaturo

Diante daquela fruta apetitosa, balançava o corpo como árvore sem raiz, movimentado os braços tal qual galhos ao vento

Todo sem jeito, inseguro, apenas jogava verde

Fotos do Lançamento - Curitiba

Seguem abaixo algumas fotos do evento em Curitiba, realizado debaixo de um temporal, mas em um local extremamente confortável:
Entrada do Quintana Café
Gisele, Rogério (dono do Quintana) e Rodrigo
Os autores

24.4.10

Vem cá que eu te conto na Mídia - Curitiba

Fonte: Gazeta do Povo (para ver o artigo, clique aqui)
CRISTIANO CASTILHO

Jovens autores curitibanos lançam livro no Quintana

A história é parecida com o momento seminal de muitas bandas de rock: Rodrigo Domit e Gisele Pacola, dois jovens curitibanos, se conheceram na fa­­culdade. Mas, em vez de de música, optaram pela literatura para comprovar a proximidade artística.
Domit e Gisele lançam às 16 horas de hoje no Quintana Café & Restaurante (Av. Batel, 1.440), (41) 3078-6044, o livro Vem Cá Que Eu Te Conto (Multifoco).
A obra de 68 páginas é um apanhado de 39 textos escritos por ambos os autores. Contos sobre situações insólitas e pessoas tomadas por “sensações urbanas” dividem páginas com pequenas inserções textuais – entendidas como filosóficas ou mesmo como escapismo literário.
Gisele Pacola é bacharel em Letras pela UFPR e autora do livro Persona (2003). Foi premiada em vários concursos de literatura nacional, como Helena Kolody, Bragança Paulista e da Prefeitura de Porto Alegre. Já Rodrigo Domit é graduado em Comunicação Social pela UFPR. Além de escrever contos, poesias e artigos, de­­senvolve e participa de projetos que buscam a universalização da leitura. O curitibano recebeu menções honrosas no concurso nacional de contos Luiz Vilela, em 2007 – com o conto “Dedicatória” – e duas vezes no concurso na­­cional de poesias Helena Kolody. Também foi finalista do Prêmio Sesc 2008 com o livro de contos Colcha de Retalhos.

Vem cá que eu te conto na Mídia - Curitiba

Fonte: Estado do Paraná (para ver o artigo, clique aqui)
CINTIA VÉGAS
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Livro Vem cá que eu te conto será lançado hoje em Curitiba
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Temas cotidianos e personagens comuns são abordados em situações insólitas da sociedade contemporânea no livro Vem cá que eu te conto, que será lançado hoje no Quintana Café, em Curitiba. A obra, composta por 39 textos, é uma parceria entre os escritores curitibanos Gisele Pacola e Rodrigo Domit.
“O livro é uma reunião de contos contemporâneos, com histórias que se passam em metrópoles, embora não sejam apontados locais específicos. Entre as personagens, estão pessoas com medo de interagir com outras, pessoas que demonstram indiferença, com baixa auto-estima e crianças, que retratam a inocência. A obra toca em alguns temas pesados, mas também busca mostrar que existe poesia na vida urbana”, afirma Rodrigo, que é formado em Comunicação Social.
Segundo Gisele, que é bacharel em Letras e autora de Persona (2003), os contos se entrelaçam e acabam mostrando o pior e o melhor das pessoas. Sobre a parceria com Rodrigo, ela conta que a mesma acontece porque os dois têm estilos literários bastante parecidos.
“Nos conhecemos justamente porque amigos em comum diziam que nosso estilo de escrever era parecido. Escrevemos os textos que compõem o livro entre 2007 e 2008 e depois os organizamos para a publicação”, diz.
Vem que eu te conto já foi lançado no Rio de Janeiro e em São Paulo. A capa é assinada pela ilustradora londrinense Laís Brevilheri e o prefácio pela escritora curitibana Luci Collin.

23.4.10

Guia Cultural de Curitiba

Fundação Cultural de Curitiba publica mensalmente um guia com diversos eventos culturais da cidade. Na edição de abril, o lançamento do Vem cá que eu te conto ganhou destaque. Confira abaixo:
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Para conferir a edição completa, visite algum dos centros culturais da cidade ou clique aqui

Imóvel

Quando os bandidos entraram atirando, só pensei em estrangular aquela arquiteta imbecil

Nesse maldito escritório clean, minimalista, não restou um móvel atrás do qual eu pudesse me esconder

22.4.10

Lançamento em Curitiba

Vem cá - Curitiba

Picada

De madrugada, rondávamos pela casa, apenas eu e as formigas, minhas pequenas companheiras. Desde que descobri a insônia, foi sempre assim. Além dos hábitos noturnos, dividíamos a mesma compulsão por açúcar e eu até costumava deixar alguns farelos para as pequenas, dividia meu prato com elas.

As coisas começaram a mudar em uma das corridas ao banheiro, enjôo pós-bebedeira. Ajoelhado em frente ao vaso, descobri que as pequenas filhas da puta entram até no cesto de lixo do banheiro. Repleto de curiosidade, ao abrir o cesto, deparei-me com uma cena que me fez contrair um pouco mais o abdômen e esvaziar de vez o estômago. Notei qual era o banquete das malditas: uma barata, daquelas voadoras, que havia entrado pela janela na noite anterior e acabou vitimada por um duro golpe de havaianas. A barata morta, gosmenta, estava coberta por dezenas - talvez até centenas, - de formigas, que a levavam, pouco a pouco, aos pedaços, para algum buraco entre os azulejos. Chocado, porém esgotado, escovei meus dentes e voltei para o quarto, antes que perdesse de vez o sono.

No dia seguinte, ainda com um pouco de enjôo, relembrei da cena marcante. Pensei no quanto as baratas são temidas e em quanto asco elas causam. Depois, pensei em quanto as formigas são vistas quase que como os mocinhos do mundo dos insetos, trabalhadoras, limpas e honestas. Lembro inclusive de alguma tia falando, quando havia alguma no copo de suco, que fazia bem para a vista comer formigas. As pequenas aberrações livravam-se, impunes, de todos os pequenos crimes, cometidos durante a madrugada, logo abaixo do nosso nariz.

Naquele mesmo dia, antes de mais nada, fui direto ao mercado. Comprei um protetor de escovas de dentes - ninguém sabe por onde andam aqueles demônios - e um mata insetos, dos bem venenosos. Sentindo-me enganado, comecei a preparar-me para a vingança.

21.4.10

Individual

Correm um grande risco os que colocam tudo de si em suas obras

Afinal, a mediocridade só tem algum valor quando é coletiva

Fotos do Lançamento - São Paulo

Seguem abaixo as fotos do evento de lançamento em São Paulo, 17 de abril, na Casa das Rosas:
Casa das Rosas
Fachada da Casa das Rosas
Plano geral
Plano geral

19.4.10

Oxidação

Depois do primeiro tapa, a vida que começa, de ponta cabeça, lentamente esvai-se. Desde a primeira inalação de combustível, funcionamos como máquinas: eficientes e diligentes, correias e engrenagens sem freios, corroendo-se por dentro até a exaustão.

Ao final dessa jornada, hora da inevitável sorte, acabamos por perceber o que nos persegue desde aquele primeiro tapa: toda inspiração tem um pouco da vida e da morte

16.4.10

Pena

O cíumes comeu meu amor

e depois, coitado

morreu de fome







ps: Os três mal-amados, de João Cabral de Melo Neto

Vem cá que eu te conto na Mídia - São Paulo

Fonte: Agência Estado (para ver o artigo, clique aqui)
RENAN CARREIRA

Jovens curitibanos lançam livro de contos em SP

Foi em um desses encontros casuais de faculdade que os curitibanos Gisele Pacola, 30 anos, e Rodrigo Domit, 25 anos, se conheceram. E as conversas entre os dois sempre acabavam indo para música e literatura. Com afinidades e gostos parecidos, decidiram escrever um livro a duas mãos. Aliás, duas mãos canhotas – aviso presente logo na página cinco da obra que eles lançam amanhã, a partir das 17 horas, na Casa das Rosas, na Avenida Paulista, em São Paulo.
O livro, intitulado “Vem cá que eu te conto“, é uma mistura de contos, como o título sugere, reflexões e poemas – 20 escritos por ele e 19, por ela. Apesar de variar gêneros, a obra foi organizada por temas interligados. “Acho importante o livro ter uma unidade”, diz Rodrigo, premiado no concurso nacional de contos Luiz Vilela, no de poesias Helena Kolody e finalista do Prêmio Sesc 2008 com o livro de contos “Colcha de Retalhos”. Até na premiação eles têm um fato em comum: Gisele, além de ser autora do livro Persona (2003), também já foi premiada, entre outros, no concurso Helena Kolody. Mais informações sobre o livro no site www.vemcaqueeuteconto.wordpress.com.

15.4.10

Dono da bola

Espalha pela mesa os conhecimentos adquiridos, a muito custo, nas faculdades particulares de filosofia e direito. Só ele fala, ecoando teorias ultrapassadas

Enquanto isso, os outros podem deliciar-se com a oportunidade de dividir o mesmo espaço e, vez ou outra, dar algum pitaco, contanto que não ousem tocar em seus brinquedos, caros e frágeis

12.4.10

Dádiva

- Ver uma borboleta é sinal de sorte.

- Sério? Eu não sabia disso.

- Hoje em dia, para achar uma dessas, no meio dessa cidade...

9.4.10

O medo bate à porta

Desde os tempos das cavernas, o desconhecido nos intimida

Nos tempos modernos, a paranóia coletiva ganha espaço, mal sabemos quem são nossos vizinhos

7.4.10

Investidor

Na alocação de recursos, sempre foi muito metódico, seguindo os manuais de Wall Street. Realizava as aplicações quando o cenário apresentava clara tendência de alta, visando a venda a curto prazo. Não podia correr muitos riscos porque o capital era extremamente restrito, mas também não podia dar-se ao luxo de perder oportunidades de complementar a renda.

Quando o céu começava a cobrir-se de nuvens, entrava na primeira lojinha de cacarecos chineses e saia de lá com quatro ou cinco sombrinhas debaixo do braço.

6.4.10

Pedigree

- O meu come qualquer porcaria da rua.

- O meu não, só come ração.

- E ele gosta?

- Gostar não gosta muito, mas depois que o pessoal da academia falou dessa mistura de farelos...

2.4.10

Sala de troféus

Atrás da mesa, uma cadeira imponente, daquelas que mostram quem é que manda

Nas paredes, um quadro de avaliação bimestral de desempenho e dois cartazes com frases motivacionais, a auto-ajuda dos escritórios

Nas gavetas, aquilo que ela guardava com mais orgulho, as rescisões dos funcionários cujas cabeças ela exigiu

1.4.10

Dúbia

A corda da poesia que me enforca

é a mesma que vibra em harmonia

ressoando pelo mundo meus anseios