5.11.14

Quando eu escrevo

Recebi um convite para participar da coluna "Quando eu escrevo", da revista virtual A Capitolina. 

Eu, que já morei por alguns anos na Rua do Riachuelo, antiga Rua de Matacavalos, local onde se deu o primeiro encontro de Bento Santiago e Maria Capitolina, mais conhecida como Capitu, não poderia deixar de atender ao chamado; Não do destino, mas daquela coisa a que chamamos vulgarmente de porta aberta, espaço ou oportunidade.

Segue o link para a revista:



E, aqui embaixo, o resultado:

O convite para escrever este depoimento, com pauta definida, foi um desafio a ser enfrentado. Por hábito, não costumo definir o tema antes do primeiro momento, estalo, epifania, o que quer que seja. Sou adepto do bom e velho caderno de anotação e utilizo-o para anotar ideias, bases e argumentos. E as ideias costumam aparecer no estímulo de um diálogo, no rolo de um filme, nas entrelinhas de um livro, no vão entre o trem e a plataforma, no material didático de uma aula tediosa, na seção de frios do mercado, sob a poeira da rotina ou pairando sobre os ventos de alguma aventura, mas, em especial e com certa frequência, costumam bater à porta logo que eu me ajeito na cama (e não quero levantar) ou quando acabo de entrar no chuveiro (e não quero molhar a casa inteira). Após algum tempo, garimpo o caderno para escolher as ideias a serem lapidadas - algumas são escolhidas no mesmo dia, outras, anos depois. No entanto, não descarto nenhuma, ficam todas lá, encarceradas, apenas aguardando a execução. Quando, enfim, vou escrever, coloco uma música para tocar, e desenvolvo o tema. Depois vou lendo e cortando aqui, substituindo um termo ali, tentando dar um pouco de ritmo acolá. Nem sempre dá certo. Muitas vezes, insatisfeito com o resultado, devolvo a ideia ao caderno de anotações. Quando satisfeito com o exercício ou com o texto em si, liberto-o para circular, esperando que nunca volte.

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